China tem acesso a dados de usuários do Grindr há meses
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A novela Grindr continua em seu rastro. E cada informação que se conhece é mais preocupante do que a anterior. Se semanas atrás sabíamos que os Estados Unidos estavam forçando a venda do aplicativo de namoro gay para sua dona, a China, por questões de segurança, agora está demonstrado que o pedido não foi aleatório. E é que, conforme confirmado pela Reuters, os engenheiros chineses que agora gerem a aplicação teriam tido acesso aos dados da própria rede social.Ou seja, uma informação privada dos usuários do Grindr
A notícia surgiu no início de maio, quando a segurança dos EUA lançou o pedido à Kunlun, empresa que agora é dona do aplicativo Grindr, por assumir um risco à privacidade e segurança do país Ou pelo menos foi dito na época sem se atentar a mais motivos do que a origem chinesa da empresa que agora mantém o Grindr. No entanto, a questão vai além do confronto entre Estados Unidos e China, e é que há evidências de engenheiros de Pequim acessando os dados do aplicativo.
De acordo com fontes da Reuters, ao assumir o Grindr em 2018, Kunlun deu a vários engenheiros chineses acesso a dados como mensagens e informações de perfil, como o status de HIV de usuários americanosAlgo que foi decisivo para os Estados Unidos forçarem a venda do aplicativo com o objetivo de não ficar nas mãos dos chineses.
Claro, a Reuters esclarece que, após sua investigação, não pode afirmar que esses dados tenham sido mal utilizados. Aparentemente o acesso de engenheiros focados em assumir a propriedade total da rede social e fazer mudanças técnicas e de gestão. No entanto, ainda é um problema de segurança e privacidade, segundo os Estados Unidos. E é isso, uma empresa que possui e desenvolve aplicativos, não deveria ter tido um deslize como este, considerando as consequências disso.
Como pode ser, o Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos estabeleceu o prazo de junho de 2020 para mudança de propriedade do GrindrNo momento Kunlun já propôs a venda do aplicativo e está ouvindo diferentes ofertas. Caso o prazo de venda da rede social não seja cumprido, Kunlun terá que assinar um termo de confiança para o Grindr.Embora tudo indique que a venda acabará por ocorrer antes da data indicada.
Grindr é um perigo para os Estados Unidos?
O aplicativo Grindr contém muitas informações privadas de milhões de usuários em todo o mundo. E é que é o aplicativo de namoro mais conhecido para a comunidade gay. Nele, os usuários postam fotos de perfil, mas também textos descritivos com todo tipo de dados. Os perfis podem até ser detalhados com informações confidenciais sobre o status de HIV do usuário. Além disso, possui uma ferramenta de chat onde podem ser compartilhadas fotos íntimas e mensagens com qualquer informação.
Até aqui tudo é normal em uma rede social para paquerar. O problema é que o Grindr é tão difundido que é usado por militares e pessoas associadas ao governo dos Estados Unidos. Desta forma, a China poderia ter acessado os dados privados do pessoal de inteligência ou soldados dos EUA, com os consequentes riscos para a segurança do Estado que isso poderia acarretar.
Tudo indica que o acesso dado por Kunlun a engenheiros chineses teria tido a ver com questões técnicas da aplicação, mas os dados sensíveis a que conseguiram aceder são motivo suficiente para querer forçar a venda do aplicativo. De preferência em mãos não chinesas. Lances e potenciais compradores são desconhecidos no momento
