Índice:
- Até 50 vezes mais rápido do que 5G e latência 10 vezes menor
- Além da teoria: o que você pode fazer com o 6G
- Está tudo muito bem, mas quando chegará o 6G?
Ainda faltam alguns anos para que o 5G seja implantado em nosso país. Apesar de o novo padrão de rede já estar disponível em 20 cidades espanholas, as previsões mais otimistas garantem que a implantação massiva só entrará em vigor em 2022. Enquanto isso, as empresas de tecnologia continuam a desenvolver o que deve ser o próximo padrão de rede móvel, a rede 6G ou de sexta geração.
Embora empresas como a Samsung já tenham confirmado sua participação no desenvolvimento do 6G, hoje existem dezenas de dúvidas em torno do novo padrão. Como será? Que diferenças isso terá em relação ao 5G? Quando chegará ao mercado consumidor? Vamos ver o que dizem as vozes dos especialistas.
Até 50 vezes mais rápido do que 5G e latência 10 vezes menor
Caso a velocidade oferecida pelo 5G nos pareça pequena, a Samsung garantiu recentemente que sua intenção é multiplicá-la em até 50 vezes com a chegada do 6G. As velocidades de pico suportadas pelo 5G atualmente nos deixam com números muito próximos de 20 Gbps em um nível teórico. O número divulgado pela empresa sul-coreana eleva essa promessa para 1.000 Gbps. Sim, você leu corretamente, 1.000 Gbps.
Para contextualizar este número, as redes de fibra mais avançadas do nosso país só nos permitem chegar a 1 Gbps. Em outras palavras, o 6G seria 1.000 mais rápido do que uma rede de fibra convencional. Isso em um nível teórico, é claro, porque a velocidade real que o 5G suporta em nosso país está mais próxima de 1 Gbps do que de 20 Gbps. Mas a promessa da Samsung não pára por aí.
Conforme especificado pelo fabricante, sua intenção é atingir uma latência de apenas 100 microssegundos, ou seja, 0,1 milissegundos. Comparado ao 5G, o 6G teria latência 10 vezes menor, valor que acabará impactando no ping ou no delay do sinal e que até hoje continua sendo a maior desvantagem do 4G e das redes móveis em geral.
Outra grande promessa da Samsung tem a ver com a relação de alcance da rede. A empresa garante que o 6G será capaz de acomodar até 10 vezes mais dispositivos em um quilômetro quadrado do que o 5G. Isso não apenas ajudará a projetar redes mais estáveis, mas também influenciará o custo total de instalação de antenas compatíveis com 6G.
Por ter um índice maior, as operadoras de telefonia não serão obrigadas a instalar tantas antenas para obter uma experiência semelhante ao 5G em termos de cobertura, velocidade e latência. Vale lembrar que uma das reivindicações do 5G é fazer desaparecer as redes convencionais com fio, como a fibra óptica e o ADSL. Afinal, o custo de instalação é muito superior ao de uma rede móvel em uso, uma vez que não é necessária apenas uma instalação geral, mas uma instalação individualizada em cada casa que pretenda ter uma ligação à Internet.
Além da teoria: o que você pode fazer com o 6G
No ponto que a Samsung pretende atingir em termos absolutos, a questão é obrigatória, tanta velocidade é necessária em uma rede móvel?
A promessa da Samsung no campo da pesquisa fala de tecnologias de visão computacional. Segundo a empresa, “máquinas com múltiplas câmeras serão capazes de processar dados em resoluções, velocidades, ângulos e comprimentos de onda que os seres humanos não podem igualar e que exigem largura de banda incalculável nos tempos modernos”.
Esta promessa está sendo explorada por fabricantes de automóveis, que poderiam projetar sistemas de direção autônomos que são muito mais eficientes e funcionais. A Samsung também garante que a chegada do 6G a um avião comercial lhes permitirá projetar realidades estendidas verdadeiramente imersivas e muito distantes do que a realidade virtual oferece atualmente.
Esta afirmação está rodeada de dados que nos permitem elucidar as dúvidas teóricas que possam surgir no futuro. Por exemplo, os fones de ouvido XR de nova geração requerem uma largura de banda de pelo menos 0,44 Gbps para alimentar os monitores de 16 milhões de pixels necessários para corresponder à resolução do olho humano. Essa largura de banda é muito maior do que o 5G pode oferecer individualmente, segundo a empresa.
Outra das promessas lançadas pela fabricante sul-coreana diz respeito justamente aos telefones celulares. A empresa espera que até lá as telas dos celulares sejam capazes de exibir hologramas reais com volume. Esse recurso exigiria "altas velocidades de transmissão", com uma largura de banda de pelo menos 580 Gbps para uma tela de aproximadamente 6,7 polegadas. Se falamos de telas maiores e hologramas de tamanho real, ou seja, de dimensões humanas, a Samsung diz que seriam necessários vários terabits por segundo, algo que hoje nenhuma rede é capaz de oferecer.
Está tudo muito bem, mas quando chegará o 6G?
A estimativa da Samsung indica que a tecnologia estará pronta a partir de 2028. Se tomarmos o desenvolvimento da rede 5G como referência, a tecnologia não foi oficialmente lançada e aprovada até 2017. Apenas um ano depois começou a ser implantada em vários países de origem asiática, embora não tenha sido até 2019 quando chegou oficialmente ao nosso país.
Com todos esses dados em cima da mesa, é muito provável que a rede 6G acabe decolando em nosso país a partir de 2031 ou 2032 se partirmos do princípio de que a tecnologia estará pronta o mais tardar em 2028. Não devemos ignorar o desenvolvimento de empresas como Huawei ou Ericsson, duas das responsáveis por trazer o 5G para o nosso país. Na verdade, a Huawei já confirmou que está trabalhando no desenvolvimento e na pesquisa da rede 6G. Resta saber se ele finalmente conspira com a Samsung para agrupar o desenvolvimento ou se, ao contrário, ele decide trabalhar a tecnologia individualmente.