Índice:
O último estudo estatístico da empresa GfK mostra alguns padrões muito interessantes para analisar no mercado de telefonia móvel. Ele relata duas tendências principais: o aumento dos preços no ano passado e uma ligeira estagnação na demanda global.
Preços mais altos, demanda irregular
De acordo com o estudo, e através da PhoneArena, o preço dos novos terminais lançados no mercado subiu, em média e globalmente, 10% face a 2016. Este é um aumento significativo, cuja explicação pode ser encontrada no novas tecnologias utilizadas nos novos terminais: telas OLED, resolução QHD, reconhecimento facial, câmeras duplas… as melhorias são pagas.
Também não devemos esquecer o fenômeno derivado da competição. O fato de a Apple continuar a ser a marca de referência e, em geral, manter os preços mais altos do que as outras empresas acabou afetando os próprios adversários na decisão de igualar os níveis de preços, buscando corresponder à imagem de um produto premium .
Que efeito essa mudança de preço tem sobre a demanda? Você sofre? O estudo da GfK conclui que a demanda global não foi afetada por esse aumento, com aumento de 3% no último ano. Agora, o mundo é muito grande e é conveniente ver como essa demanda se distribui nas diferentes áreas do mapa.
Enquanto na Europa Ocidental a demanda por telefones caiu 4% em comparação com o ano passado, na Europa Central e Oriental ela aumentou 9%. A demanda também aumentou nos EUA, em 2%, e na América Latina, em 9%.
O principal contrapeso está na Ásia. Na China, um mercado de tecnologia importante e influente, as vendas caíram 1% em relação ao ano passado. O Japão e a Coréia do Sul também viram suas demandas reduzidas em até 6%.
Até onde iremos?
No high-end das principais marcas (Samsung, Google ou Apple) e lançou este último 2017 abaixo de 700 euros. As aparições do iPhone X e do Galaxy Note 8, com um preço base que ultrapassa os 1.000 euros, e o facto de não ter havido um claro fracasso de vendas mostra que a procura está disposta a absorver estes preços.
Por que o consumo pode sofrer? No momento em que o celular é um produto comum, há cada vez menos novos compradores e, entre os já veteranos, nem todos precisam trocar de modelo a cada ano (e mais, a certos preços). Portanto, nos mercados ocidentais, onde o smartphone já penetrou antes, é normal que esse efeito ocorra.
E, nesse contexto, um aumento generalizado de preços é a melhor opção para manter os lucros. A Apple sempre teve essa estratégia: sem ser a empresa que mais vendeu celulares, sempre foi a que mais lucrou.
Como é possível? Limitando seu produto ao setor de luxo. Outras empresas constataram que esta operação foi mais lucrativa, por isso marcas como Samsung, LG ou Huawei têm se empenhado na promoção dos seus modelos mais caros, enquanto as gamas média e baixa perdem destaque no seu catálogo. Também nas gamas intermédias tem havido uma escalada, com um preço padrão que oscila entre 350 e 450 euros.
A questão é: os preços estagnarão um dia? 1000 euros é um limite máximo que não será mais ultrapassado? É difícil saber e tudo depende do efeito que as novas tecnologias oferecidas têm sobre a demanda. Quando cair, será um aviso aos fabricantes de que é hora de recuar.
